Livros Lidos: O Poder
"Quando as raparigas ganham o poder de causar sofrimento e morte, quais serão as consequências?
E se, um dia, as raparigas ganhassem subitamente o estranho poder de infligir dor excruciante e morte? De magoar, torturar e matar? Quando o mundo se depara com esse estranho fenómeno, a sociedade tal como a conhecemos desmorona e os papéis são invertidos. Ser mulher torna-se sinónimo de poder e força, ao passo que os homens passam a ter medo de andar na rua, sozinhos à noite"
Este livro foi uma leitura intrigante. Só ouvia críticas pouco positivas, mas o conceito que apresentava deixava-me demasiado curiosa. Imaginar que os homens se tornam no sexo mais fraco, as mulheres governam o mundo e quão diferente (ou não) o mundo seria.. A maioria de nós, mulheres, gosta de pensar que o mundo seria melhor, mas este livro mostra uma outra realidade que, mesmo que não gostemos, é possível de acontecer. Uma realidade onde as mulheres, fartas de serem abusadas, desrespeitadas e humilhadas, vêm o aparecimento deste poder como a possibilidade de se vingarem. Vingança essa que, com o passar dos anos, começa a assemelhar-se com os maus-tratos que elas próprias sofriam nas mãos dos homens
“Gender is a shell game. What is a man? Whatever a woman isn't. What is a woman? Whatever a man is not. Tap on it and it's hollow. Look under the shells: it's not there.”
Gostei de ler este livro. É um livro interessante que me deixou a pensar na nossa realidade e a reflectir no comportamento humano. No entanto, acho que esta utopia podia ter sido melhor explorada. A história foi desenvolvida a um ritmo rápido, deixando muita coisa por contar e explorar. E a forma como terminou, abrupta e ambígua. Gostava que houvesse uma continuação, onde este conceito fosse explorado com um pouco mais de profundidade
Para mim, não se trata de um livro feminista, mas sim um livro sobre poder e a natureza humana e, por isso, um livro a ler
“One of them says, 'Why did they do it?'
And the other answers, 'Because they could.'
That is the only answer there ever is.”