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Tu tens a mania

Tu tens a mania

Where is my mind?

Há quase um ano que não venho aqui. Há quase um ano que comecei a fechar-me dentro de mim. Comecei a aparentar que estou bem quando o meu interior começava a revoltar-se

 

Felizmente, estou a ser acompanhada. E esse acompanhamento é que me tem ajudado a enfrentar os dias e a aumentar a necessidade de encontrar algo que dê significado. Não creio que isto seja esse algo que tanto procuro e anseio. Mas começo a acreditar que seja um bom sítio por onde (re)começar. Nem que seja apenas para ter um sítio diferente onde, de certa forma, desabafe e comece a expressar o que vai dentro de mim e que tanto tenho guardado

 

Acho que nos ensinam demasiado a manter as coisas dentro de nós. A não partilhar o que sentimos, a não ser que sejam coisas boas. A felicidade tem de ser partilhada, mas a tristeza e as dificuldades ficam só para nós. Ninguém quer ouvir as infelicidades dos outros. Para problemas, bastam os nossos. E, no entanto, não se importam de ouvir aquelas pessoas que gostam de contar os problemas todos (quando mesmo a grande maioria são coisas de nada) e de encarnar o papel de coitadinho. Os outros que aguentem. Afinal, não têm motivos para reclamarem

 

Estamos demasiado habituados a envergar o sorriso fácil e dizer que está tudo bem, mesmo quando nos sentimos a morrer por dentro. Vamos perdendo a vontade de apreciar o que de bom a vida tem. Começamos a sentir inferiores aos outros e a criar a ilusão de que se tivéssemos o objecto x ou o corpo y, a nossa vida correria melhor. Começamos a viver de ilusões. Ou de nada

 

Estou cansada de fingir que está tudo bem. Estou farta de fazer de conta que consigo aguentar com os problemas e que a vida é fácil. Fingir um sorriso tornou-se uma tortura. Sinto-me exausta. Tenho dores constantes pelo corpo. Dói-me a cabeça. Não tenho paciência e qualquer coisa faz-me perder as estribeiras. Não consigo focar-me em algo. Não consigo aproveitar a sensação boa de ouvir a chuva a cair ou dos raios de sol a aquecer a pele. Não consigo respirar. Estou exausta. Sê bem-vindo, burnout

Último comentário sobre as Legislativas

Vou ser sincera: estou desiludida com os portugueses

 

Este valor de abstenção é revoltante. Como é possível deixarem parte da população decidirem por eles? Eu, enquanto adolescente, não gostava nada de ter os adultos a decidirem o que seria “melhor” para os meus estudos, quanto mais agora deixar-me ficar sentada no sofá enquanto metade da população vota por mim? E, depois, aparece aberrações como o sr André Ventura, que consegue um lugar no Parlamento. Como é possível Portugal ter a extrema-direita no Parlamento? Não me venham falar em liberdade, pois uma ideologia que se preza em negar a liberdade das pessoas que eles vêem como diferentes não merecem ser ouvidos, quanto mais terem lugar no Parlamento. No entanto, quase 66500 pessoas votaram no Chega. Ou seja, neste país, existem 66500 pessoas que precisam de serem sentadas e questionadas para entender o que raio se passou na cabeça delas para votarem naquele partido

 

Vi uma perseguição ao Pan que até me fez questionar o que raio andavam a apregoar para incomodar tanta gente. Espero bem que todos os incomodados com o Pan comecem agora a incomodar-se com o Chega, pois este sim irá causar estragos à liberdade de todos se não colocarmos entraves ao seu avanço. O Pan começou com um deputado e já vai em 4. O Chega conseguiu um. Espero que daqui a 4 anos tenha nenhum

Isto das eleições

Quase sempre acompanhei os meus pais quando estes iam votar. Lembro-me que achava uma seca, pois eles acabavam por ficar a conversar com conhecidos, mas apercebi-me da importância de votar. Lembro-me de ter 16 anos e estar desiludida por ainda não poder votar e de começar a pensar que a idade para votar devia baixar para os 16 ou 17 anos (continuo a achar que se deveria dar essa oportunidade aos mais jovens, mas também tenho a noção que existe imensa desinformação entre eles e que isso pode ser prejudicial para o país)

 

Assusta-me, verdadeiramente, a quantidade de pessoas que não se atreveram a votar. Acho uma vergonha e uma falta de respeito. Se não querem votar em algum dos partidos, votem em branco. Não ir votar significa que não se interessam com o que acontece no país. No entanto, tenho a certeza que a grande maioria dos comentadores de sofá são estes mesmo que não se atreveram a levantar do dito sofá e exercer o seu direito de voto

 

Apesar de o partido que eu votei ter tido um resultado excelente, não consigo deixar de estar triste e revoltada com os portugueses. Espero bem que durante os próximos anos estes estejam caladinhos e que não opinem sobre aquilo que decidiram não votar

Não é não, porra!

Estamos quase no final do ano de 2018. Passou um ano desde o início do movimento #metoo. Nas redes sociais, aumentou a luta contra o assédio sexual e a violação. Estamos quase no final de 2018 e, em Portugal, parece-me que ainda estamos em 2008. As pessoas continuam a não entender que um NÃO significa NÃO. Que a forma como uma pessoa se veste não justifica o assédio, nem a violação. Que o facto de a vítima estar embriagada ou inconsciente não significa que estava a pedi-las. Que, mesmo que tenha inicialmente dito que sim, o agressor não tem o direito de continuar o acto após ouvir não

 

Meus caros amigos e amigas, se ouvem um não e continuam, estão a violar

 

E admira-me como é que as pessoas não conseguem compreender isso

 

Há um ano começou o #metoo, onde vimos dezenas de mulheres a enfrentarem o seu medo e apontarem o dedo aos seus agressores

 

Agora, vemos que, apesar de tudo, pouco mudou. Dr Ford enfrentou o seu agressor perante o país (e o mundo) e, mesmo assim, viu-o a ser aceite no Supremo Tribunal. Uma mulher diz ter sido violada por um jogador de futebol e tem quase um país inteiro (e mais alguns milhares de pessoas no resto do mundo) a insulta-la por se atrever dizer tal coisa (nem imaginam as barbaridades que ouvi no meu local de trabalho acerca deste assunto). Temos mais um sexista/xenófobo/homofóbico a um passo de ganhar as presidenciais do outro lado do oceano. E temos uma ginecologista/obstetra a dizer que as mulheres que usam "um decote até ao umbigo e uma racha até cá em cima" estão a assediar os homens

 

Não sei quanto a vocês, mas, para mim, estas últimas semanas têm alimentado, e bem, a minha raiva. Será que é assim tão difícil darem um pouco de paz às mulheres?

 

il_fullxfull.971261048_pxwu_1280x1280.jpgFonte: Radical Buttons

Quando a vida te troca as voltas

Nos inícios de Dezembro, tinha recuperado a motivação para fazer mais. Tinha encontrado a vontade de mudar os hábitos que foram sendo adquiridos após o início do trabalho. E as coisas foram correndo bem, até ao dia em que deixaram de correr

 

A verdade é que comecei a deixar de ter paciência para muitas coisas que antes adorava. Uma delas foi o blog. Num abrir e fechar de olhos, deixei de querer partilhar opiniões e textos. Passei a querer manter as minhas palavras só para mim e esconde-las do mundo em meu redor. Escrevia apenas para mim e comecei, lentamente, a reparar numa nova tendência: os meus textos começaram a ser escuros e auto-depreciativos. Apenas quando reparei nisto que decidi que algo teria de mudar. Forcei-me a restabelecer hábitos que me deixavam inspirada, criei novos hábitos e obriguei-me a enfrentar a minha frustração e a tentar compreender o porquê de ela existir. Tem sido um processo lento e difícil, uma batalha diária, mas já começo a ver alguma luz ao fundo do túnel

 

Os meus texto já não são tão depreciativos como foram no início do ano, ainda não sei o que quero fazer no futuro, continuo a sentir-me frustrada em relação a isso e a deixar essa frustração prejudicar-me, e continuo a querer esconder muito daquilo que escrevo. Porém, voltei a estar disposta a partilhar um pouco do que se passa dentro da minha cabeça.

 

Creio que posso dizer que estou de volta ao blog. A ver se, desta vez, consigo manter-me fiel

O caso de Kanye West

Vou ser muito sincera: não gosto nada dele. Até é um bom produtor, mas perde a graça toda quando abre a boca e diz disparates. Mas, nos últimos tempos, as coisas pioraram imenso, ao ponto de ele agora se encontrar hospitalizado. Muita tinta corre em torno disto e muita mentira tem sido espalhada e, consequentemente, não se sabe ao certo o que se passa. Mas uma coisa tenho a certeza: as mentiras que se têm espalhado não beneficiam ninguém e só prejudicará Kanye West.

Nunca pensei escrever sobre ele e o que se tem passado em torno dele, mas o querido jornal SOL fez questão de me  enervar logo de manhã. O título da notícia diz "Kanye West. Estará louco?". Após muita ponderação, optei por não comentar a notícia, por saber o circo que é a secção de comentários (muitas das pessoas que lá comentam é que são loucas). 

Sem Título.png

 

Sim, Kanye West é maluco. Não sabe pensar antes de abrir a boca e só sabe dizer disparates (como muitos que comentam as notícias dos jornais no Facebook). Mas não é louco por estar hospitalizado com problemas mentais (porque é disso que se trata, garantidamente). Deixem de estereotipar as pessoas com problemas mentais como loucos. Loucos são aqueles que acham que se cura a homossexualidade. Loucos são aqueles que acham que as mulheres só servem para procriar e tomar conta da casa. Loucos são aqueles que acham que todos os muçulmanos são culpados pelos atentados terroristas. Loucos são aqueles que votaram no Brexit e em Donald Trump. Loucos são aqueles que acham que se pode confiar em Putin.

 

Caro jornal SOL, é mais que tempo de saber respeitar as pessoas, os seus problemas e as suas realidades. Comecem a fazer jornalismo sério, em vez de espalhar mesquinhices.

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