Santiago de Compostela
Desde pequena que gosto de Santiago de Compostela. Nunca consegui explicar o motivo. Sempre que ia de férias para a Galiza, obrigava os meus pais a irmos um dia a Santiago. Fui tantas vezes que já sabia o caminho para a Catedral de cor e salteado. A atracção por esta cidade e pelo o que ela representa é tanta que nos mais recentes anos, adquiri a ideia que um dia irei fazer o Caminho Francês. Já tenho companhia, agora falta tempo e resistência para o fazer.
Quando me propuseram ir passar uma semana lá, trabalhando parte do dia, com o transporte e refeições pagas, eu disse logo que sim. Felizmente, e devido a umas complicações com o estágio curricular, vi-me obrigada a adiar a entrega da dissertação para Outubro, o que possibilitou a minha ida para lá sem qualquer peso na consciência. E lá fui eu. Mochila às costas, livros debaixo do braço e vontade de explorar.
O primeiro dia foi dedicado a conhecer o trajecto que tinha que fazer diariamente, a conhecer a zona envolvente e as pessoas com quem ia estar. Alguns portugueses, a maioria, como seria de esperar, espanhóis. Fui no sábado (dia 8). No domingo, final do Europeu, estava a trabalhar com o rádio ligado para ir acompanhando o jogo. Saí do trabalho às 22h, o que me deu para ainda ver o golo de Portugal e dar um pequeno berro de alegria. No dia seguinte, os espanhóis só nos davam os parabéns. Acho que fiquei mais feliz com a simpatia espanhola do que a vitória em sim.
As minhas manhãs eram passadas a vaguear pelas belas ruas de Santiago. O que mais me apaixonou foram as belas floreiras nas janelas. De várias cores e feitios, davam um cheiro magnífico às ruas. A quantidade de artistas de rua de excelente qualidade que fui encontrando também me deixou absolutamente encantada. Dei por mim, muitas vezes, sentada ao sol a vê-los tocar. Posso dizer que percorri tudo aquilo que me foi permitido ver. Museus, igrejas, conventos, livrarias, bibliotecas, colégios, etc.. Tenho pena de não ter conseguido visitar um convento. Só o descobri no último dia e, de longe, me pareceu o mais bonito deles todos.
Com muita pena, na sexta me vim embora. Durante a viagem de regresso, notei que uma semana soube-me a pouco, apesar de ter sido a minha maior permanência naquela terra mágica. Apercebi-me que, de facto, vivo apaixonada pela aquela cidade e que, apesar de ter trazido parte de Santiago comigo, deixei uma parte de mim lá. Não sei quando lá voltarei, mas espero que seja para breve.
P.S.: A catedral irá estar em modo limpeza até meados de 2019.
P.S. 2: Fui para lá com dois livros e vim de lá com mais 4. Ups..!
Já agora, encontrei um alfarrabista recheado de livros e que tinha uma prateleira com livros em português. Tantos meses à procura de "A Tragédia da Rua das Flores" (e que, finalmente, consegui aquirir no mês passado) e fui dar caras com uma cópia, juntamente com "O Mandarim" e "As Cidades e as Serras".