Hábitos de Julho
Estes últimos meses foram um pequeno caos a nível de bons hábitos. Acho que deixei cair por terra todos os bons hábitos que fui adquirindo nos últimos meses. Deixei de meditar, deixei de praticar exercício físico, deixei de conseguir resistir ao açúcar, deixei de me enfiar na cama cedo. Deixei muita coisa e agora começo a sofrer as consequências
Podia dizer que a culpa é do emprego, mas, na realidade, a culpa é minha. Fui eu quem deixou que o trabalho me influenciasse demasiado a vida que tenho fora dele. Fui eu quem deixou de impor limites às pessoas e que as deixei de me tratassem mal. Fui eu que não disse não a certas coisas e, consequentemente, acabei por ficar com excesso de trabalho. A culpa é minha e está na altura de reverter a situação
Não será fácil. Até entrarmos de férias, temos de trabalhar mais uma hora por dia. Já o estamos a fazer há algumas semanas. Uma pessoa até pode achar que mais uma hora por dia não é nada. E se calhar até não é. Mas para mim tem sido. Tenho andado exausta, com dificuldades em concentrar. Não consigo estipular devidamente as prioridades. Facilmente perco a paciência. Estou irritada, frustrada, ansiosa e exausta. Voltei a ter um problema que não tinha há vários anos: passo o dia cansada e cheia de sono e, no entanto, assim que me enfio na cama, fico acordada a olhar para o tecto e com dificuldades em adormecer. Passo a semana a ansiar pelo regresso do fim-de-semana e passo o fim-de-semana a temer a semana. Tenho andado a procurar outras oportunidades de emprego, mas o cansaço é tanto que se torna difícil fazer uma análise correcta às propostas de emprego que existem. E não tenho cabeça para andar a escrever cartas de motivação. Decidi tentar aguentar até ao início das férias e, aí, renovar o meu currículo e dedicar-me à caça de novas oportunidades. Porém, não me parece que aguente até às férias sem ir pedir baixa médica. A minha saúde mental está mal e preciso de começar a pensar seriamente nela, em vez de pensar no trabalho que ficaria por fazer caso faltasse
Neste mês de Julho, vou mentalizar-me de uma coisa: preciso de ajuda. Preciso de ajuda em vários sentidos. Preciso de ajuda no trabalho, preciso de ajuda em casa e preciso de ajuda médica. No trabalho, vou ter de deixar de ter vergonha de dizer “eu não consigo fazer isto” ou “não tenho tempo para fazer isso” ou, também, “existe alguém melhor qualificado para fazer aquilo”. Em casa, tenho que pedir aos meus pais que escondam tudo aquilo que contenha açúcar, pois tenho ingerido demasiado açúcar e isso não é algo que me tenha ajudado a manter a sanidade mental. E ajuda médica. Planeio que durante este mês, finalmente, marque uma consulta num nutricionista e num psicólogo. Acredito que será uma excelente maneira de me ajudar a controlar o que consumo e a forma como me expresso
Isto é uma bola de neve. Não estou bem mentalmente e acabo por comer coisas que não uma falsa sensação de felicidade. Quanto pior estou mentalmente, mais como. Quanto mais como, pior me sinto. E tenho que espezinhar esta bola antes que algo de grave me aconteça