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Tu tens a mania

Tu tens a mania

Balanço de dois meses de problemas

Anteriormente, já tinha dito por aqui que andava com alguns problemas de saúde e com algumas reacções à medicação receitada para esses problemas (aqui e aqui). Recentemente, consegui falar com o médico e consegui convence-lo a suspender-me a medicação. O mais engraçado é que ainda tenho que a tomar, pois não a posso deixar de tomar de um dia para o outro. Tem sido uma experiência "fantástica", quer física, quer mentalmente. Nos dias em que tomo a medicação, honestamente, só me apetece permanecer na cama e chorar o dia inteiro, o que me faz questionar a origem da minha capacidade de aguentar um dia de trabalho neste estado

 

Infelizmente, no que toca ao trabalho, as coisas não têm melhorado. Achava que a medicação andava a interferir com o meu desempenho, mas começo a ponderar que existe algo mais a interferir. Tenho tido imensas dificuldades em gerir as emoções no local de trabalho, bem como gerir o enorme fluxo de trabalho que as pessoas depositam em cima de mim. Já perdi a esperança de negociar com a entidade patronal, pois já tentei várias vezes e as coisas só pioraram. Se até há pouco tempo dizia que só sairia da empresa quando encontrasse outro emprego, agora pondero entregar a carta de despedimento sem qualquer alternativa de trabalho. Agora é esperar pelo o que apareça primeiro: o desespero ou a coragem

 

A procura por novo emprego também não está fácil. Não sei se me tornei incrivelmente pessimista, mas os pedidos de trabalho que me têm aparecido à frente parecem todos iguais, onde exigem muito da pessoa, mas querem pagar pouco. Ainda não encontrei algo que me fizesse dizer "É mesmo isto!" e não acredito que o vá encontrar tão cedo. Ando um pouco negativa e, por isso, tenho atraído negatividade. Daí achar que, se estivesse desempregada, a minha mentalidade seria outra. A cada dia que passa, mais me convenço que esse é o passo certo: entregar a carta, dar os 30 dias à casa, tirar uma ou duas semanas para descansar, alinhar os pensamentos e reunir energias e atacar o mercado de trabalho com a cabeça limpa e determinada. Mas o meu lado ansioso ainda tem conseguido falar mais alto

 

Porém, não tenho desanimado. Tenho conseguido enviar currículos todas as semanas, tenho feito um esforço diário de dar o meu melhor no trabalho, mesmo que isso signifique fazer o mínimo possível (há dias que tem de ser). Tenho-me obrigado a comer o melhor que consigo (voltei às papas de aveia ao pequeno-almoço) e a enfiar-me na cama cedo. Tenho escrito de manhã e de noite e a tentar manter o meu espaço arrumado. A única coisa que ainda não consegui retomar foi a leitura. Continua lenta, mas não me vou forçar a ler. Sei que se o fizesse, acabaria por ler ainda menos. Curiosamente, retomei um hábito antigo: sudoku. Tem sido o meu passatempo na hora do almoço

 

As coisas não vão bem, mas também não vão mal. Vão andando ao ritmo que têm de andar. Acredito que quando isto passar, terei aprendido alguma lição valiosa. Até lá, é viver um dia de cada vez e manter o pensamento positivo, enquanto aprendo mais sobre mim com os meus pensamentos negativos

 

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Último comentário sobre as Legislativas

Vou ser sincera: estou desiludida com os portugueses

 

Este valor de abstenção é revoltante. Como é possível deixarem parte da população decidirem por eles? Eu, enquanto adolescente, não gostava nada de ter os adultos a decidirem o que seria “melhor” para os meus estudos, quanto mais agora deixar-me ficar sentada no sofá enquanto metade da população vota por mim? E, depois, aparece aberrações como o sr André Ventura, que consegue um lugar no Parlamento. Como é possível Portugal ter a extrema-direita no Parlamento? Não me venham falar em liberdade, pois uma ideologia que se preza em negar a liberdade das pessoas que eles vêem como diferentes não merecem ser ouvidos, quanto mais terem lugar no Parlamento. No entanto, quase 66500 pessoas votaram no Chega. Ou seja, neste país, existem 66500 pessoas que precisam de serem sentadas e questionadas para entender o que raio se passou na cabeça delas para votarem naquele partido

 

Vi uma perseguição ao Pan que até me fez questionar o que raio andavam a apregoar para incomodar tanta gente. Espero bem que todos os incomodados com o Pan comecem agora a incomodar-se com o Chega, pois este sim irá causar estragos à liberdade de todos se não colocarmos entraves ao seu avanço. O Pan começou com um deputado e já vai em 4. O Chega conseguiu um. Espero que daqui a 4 anos tenha nenhum

Votos

Existem muitos fenómenos que nunca consegui perceber. A abstenção é um deles. O acto de não ir votar, para mim, não tem qualquer sentido lógico, nem desculpa possível (ok, até existem desculpas, nomeadamente no que diz respeito a impedimentos físicos, mas é a grande minoria dos casos de abstenção)

 

A possibilidade de votar é um dos factores que torna o nosso sistema político uma democracia. É o nosso direito, conseguido com muita luta e sacrifício (principalmente para as mulheres), e é o nosso dever para connosco, o nosso passado e o nosso futuro. Custa-me imenso ver pessoas a desperdiçar esta arma que possuímos de forma tão leviana. É um privilégio podermos votar. E devíamos fazê-lo com orgulho, mesmo quando achamos que os políticos são todos uns canalhas e que nenhum se aproveita. O voto é a nossa arma contra eles e, quando uma pessoa não vai votar, está a dar mais poder a esses mesmos políticos que tanto crítica

 

Actualmente, quem coloca os políticos no poder não são aqueles que vão votar: são os que se abstêm de votar. E, no entanto, são esses mesmos que tanto criticam os políticos que eles acabam por colocar no poder. Não acham que está na altura de fazerem algo? Não fiques calado e vai votar!

 

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Olá Outubro

Outubro sempre foi o meu mês

 

Não sei se é uma coisa astrológica por ser o mês do meu aniversário. Ou se é uma coisa psicológica por ser o mês do meu aniversário. De qualquer forma, é o mês com o qual eu mais me identifico e é o mês que me traz mais introspecção e calma

 

É, também, o mês em que a chuva, inevitavelmente, regressa. Uns anos mais tímida, outros anos mais agreste. É o mês das folhas avermelhadas e das noites frias. É o mês dos casacos de malhas e os lenços ao pescoço. E é o mês em que as minhas gatas voltam a dormir na minha cama

 

Para mim, também irá ser um mês de regressos. Estes últimos meses foram um pouco caóticos. Tinha planeado, como já é habitual, fazer um reset à rotina no mês de Setembro, mas a minha saúde decidiu pregar-me uma partida. Felizmente, e após quase três semanas de medicação, parece-me que o meu organismo começou a habituar-se ligeiramente à medicação (pelo menos, não tenho mudanças de humor tão bruscas como tinha no início da semana passada e já não me sinto tããããão exausta). Também, e porque finalmente dei ouvidos ao meu professor de yoga, comecei a praticar meditação focada meramente na respiração (eu fazia meditação guiada). No entanto, neste mês, quero começar praticar mais meditação. 5 minutos de manhã e 5 minutos à noite. Praticava sempre de manhã, mas quero incluir a noite no ritual, de modo a tentar criar condições para um sono mais relaxante e reparador

 

Planeio, também, recomeçar a escrever. Nestes meses, tenho deixado a escrita num canto, bem oculto por papelada não importante. Escrevo de manhã, apenas, no meu diário, como forma de desabafo e pequena reorganização dos meus pensamentos, mas, no entanto, isso já não me satisfaz. Tenho demasiada coisa na minha cabeça. Frustrações, opiniões, pensamentos, dúvidas. Coisas que preciso de escrever de forma a tornar claras e para que eu própria as consiga entender e parar de pensar nelas. Não significa que sejam coisas que eu irei partilhar. O meu espírito crítico, infelizmente, ainda é muito forte dentro de mim e, por isso, ainda falará mais alto ao fim de cada texto que escreverei. Mas, espero, que no final deste mês tenha conseguido trazer um pouco mais de vida a este blog. E que consiga ter uma melhor visão de mim mesma e do que quero na minha vida (pelo menos, na imediata)

 

E, por último, espero conseguir ler mais. Li praticamente nada no mês de Setembro. Estive de volta de um livro o mês inteiro (e ainda não o terminei). Estive duas semanas sem conseguir pegar num livro (nem revistas, nem jornal, nem artigos na internet, nada). Mas, com a estabilização (suponho eu) da medicação, a vontade de pegar num livro tem regressado (neste fim-de-semana consegui ler tanto como li no restante mês de Setembro) e, por isso, parece-me que irei conseguir ler mais do que no mês passado. E, por ser Outubro, mês das bruxas e dos gatos pretos, vou regressar ao mundo fantástico e pegar na trilogia da Bússula Dourada (versão inglesa, pois os livros que li na minha adolescência tinham sido emprestados). Admito que me sinto ansiosa e nervosa. Ansiosa por rever uma história que me acompanhou há muitos anos atrás, e nervosa por voltar a pegar numa história que não leio há muitos anos atrás e que eu adorava. Espero que a história se mantenha como eu me lembro

 

Acima de tudo, e isto é algo que comecei a trabalhar durante o mês de Setembro, quero continuar a aprender a levar as coisas com calma, a irritar-me menos e a dar importância ao que realmente importa

 

Meu querido mês de Outubro, já tinha saudades tuas 

 

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