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Tu tens a mania

Tu tens a mania

Uma questão de Orgulho

Se há algo que me irrita profundamente é ouvir "E os heterossexuais?". Principalmente, quando oiço ao longo do mês de Junho. Durante este mês, a comunidade LGBT+ une-se, faz-se ouvir e reclama por igualdade. E meia dúzia de parvos reclamam discriminação porque os heterossexuais não são incluídos

 

Infelizmente, a heterossexualidade ainda é considerada a norma. Desde cedo, os pais perguntam aos filhos quem é a namorada deles no Jardim de Infância. Educam as crianças de acordo com o que acham que é um homem e o que é uma  mulher. A sociedade continua a forçar o que considera "normal" e continua a excluir tudo aquilo que saia desse campo. Não é preciso festejar a heterossexualidade. A heterossexualidade é forçada em todos nós diariamente. É a quantidade de casais hetero que exprimem os seus sentimento pelo outro sem ter medo do que as pessoas em redor poderão dizer ou fazer. É a quantidade de personagens hetero e cisgénero que vemos na televisão, no cinema e nos livros e nunca têm de passar pelo processo de se assumir hetero ou de assumir que se identifica com determinado sexo

 

Os ditos "normais" não passam pelo processo de descobrir que afinal gosta de pessoas do mesmo sexo ou de que se identifica como mulher quando se nasceu homem. Não passam pelo processo de "sair do armário". Não têm a noção que uma vez saído do armário, terá de sair do armário sempre que conhece alguém novo. Não são agredidos, torturados e assassinados por gostarem de alguém do mesmo sexo. Não têm países onde seriam condenados à morte por serem quem são. Não correm o risco de serem expulsos de casa e rejeitados pela família. Não precisam de passar pelo longo e penoso processo médico e burocrático da mudança de sexo. Não têm a sociedade a chamar-lhes de anormais e a dizer-lhes que o que sentem é só uma fase

 

E Portugal até é um país LGBT fiendly. No entanto, o friendly fica restrito à zona de Lisboa e Porto. Saindo daí, é muito raro ver alguém a assumir-se livremente. Não se vê casais do mesmo sexo a trocarem actos de carinho da mesma forma que se vê casais hetero. Um simples acto de dar à mão pode desencadear olhares de nojo e insultos. Ainda se usa (e muito) o termo "bicha". Ainda se diz que uma mulher é lésbica porque nunca esteve com um "homem à séria" (ainda estou para descobrir o que isto significa). Ainda existe comentários insultuosos a colegas de trabalho devido à sua orientação sexual. Ainda não existe igualdade e, por isso, continuará a existir o mês do Orgulho e a comunidade LGBT+ continuará a sair à rua, reivindicar igualdade e a festejar a diversidade

 

LOVE IS LOVE e Deus também erra

 

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Fonte: futureculture

 

Livros Lidos: Giovanni's Room

"David, a young American in 1950s Paris, is waiting for his fiancee to return from vacation in Spain. But when he meets Giovanni, a handsome Italian barman, the two men are drawn into an intense affair. After three months David's fiancee returns and, denying his true nature, he rejects Giovanni for a 'safe' future as a married man. His decision eventually brings tragedy"

 

Descobri este livro por acaso, enquanto pesquisava um outro livro (que acabou por ficar para segundo plano após ter descoberto este). Assim que li a sinopse, fiquei curiosa e não consegui resistir

 

"Perhaps home is not a place but simply an irrevocable condition"

 

O livro, tal como a sinopse diz, centra-se em David, um jovem americano em Paris que, enquanto espera que a sua noiva regresse de Espanha, conhece Giovanni. Estes acabam por se envolverem e, assim que a sua noiva regressa, David vira as costas a Giovanni, o que leva a que este tome algumas decisões que o levarão à tragédia

 

“People who believe that they are strong-willed and the masters of their destiny can only continue to believe this by becoming specialists in self-deception. 

 

Este livro explora temas como a identidade sexual, identidade de género e masculinidade. Um livro escrito nos anos 50 com temas ainda bastante pertinentes para a sociedade actual. Gostei imenso da forma como a história é contada e como estes temas são explorados. O final do livro deixou-me com um pequeno nó na garganta, mas adorei o livro e não mudaria nada nele. Tenho é pena que não se encontra este livro traduzido para português, bem como a grande maioria dos livros de Baldwin (só existe um livro traduzido). Fiquei bastante curiosa em relação aos restantes trabalhos do escritor e acredito que ainda irei adquirir outro livro dele este ano

 

“If you cannot love me, I will die. Before you came I wanted to die, I have told you many times. It is cruel to have made me want to live only to make my death more bloody" 

 

“Love him,’ said Jacques, with vehemence, ‘love him and let him love you. Do you think anything else under heaven really matters? And how long, at the best, can it last, since you are both men and still have everywhere to go? Only five minutes, I assure you, only five minutes, and most of that, helas! in the dark. And if you think of them as dirty, then they will be dirty— they will be dirty because you will be giving nothing, you will be despising your flesh and his. But you can make your time together anything but dirty, you can give each other something which will make both of you better—forever—if you will not be ashamed, if you will only not play it safe.’ He paused, watching me, and then looked down to his cognac. ‘You play it safe long enough,’ he said, in a different tone, ‘and you’ll end up trapped in your own dirty body, forever and forever and forever—like me."

 

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Feira do Livro de Lisboa

Tenho que começar a considerar a Feira do Livro de Lisboa como uma ameaça ao meu estado financeiro. Tive a minha primeira experiência no ano passado e a de este ano superou as expectativas

 

Eu já estava minimamente preparada e tinha colocado uma certa quantia de dinheiro de parte com o propósito de ser gasto na FLL. No entanto, jamais pensei que fosse utilizar todo esse dinheiro em livros de uma assentada só. Tenho sempre uma expectativa elevada no meu poder de auto-controlo, mas já deveria saber que não tenho qualquer capacidade de me controlar

 

Os livros que comprei foram livros em que eu já tinha andado de olho neles. Houve apenas um livro que foi uma compra de puro impulso, mas já o queria ler em português há vários anos e, portanto, não me arrependo nada de o ter comprado praticamente sem desconto

 

Entrei no recinto determinada em ver as bancas todas sem comprar algo e que só no fim iria fazer as compras. Comecei de um lado, passei pela editora 2020 e pela Leya, anotei os livros que me chamavam a atenção e fui continuando descontraída até chegar à Porto Editora, que é a minha desgraça. Dito e feito. Não resisti e lá comecei a encher o saco de livros. Já com uma boa quantidade deles ao ombro, fiz o percurso inverso para ir buscar outros livros que tinha visto e que queria definitivamente levar. Já satisfeita, abandonei o recinto a pensar que tinha feito umas boas compras. Do nada, lembro-me que não passei pelo stand da Fnac e comecei a remoer. Porém, carregada, não tinha paciência de voltar para trás e, como tinha coisas planeadas para o dia seguinte, acabei por me congratular, pois não iria gastar mais dinheiro e permanecia ignorante aos preços que a Fnac estava a praticar

 

Mas quis o destino passar-me uma rasteira e, no dia seguinte, estive com uns amigos e eles sugeriram passear na FLL. Inevitavelmente, passamos pela Fnac e, assim, começou o meu pequeno tormento. Os descontos deles eram apelativos, mas, como eu já tinha esgotado o plafond que tinha para livros, só pude olhar de forma sonhadora para eles e suspirar

 

Tenho que admitir que estou feliz por ter conseguido resistir aos livros da Fnac. Acabei por sair de lá com uma listinha de livros que me interessam e que pode ser que depois do mês de Setembro pode ser que os compre (sim, não vai haver livros novos para a menina até à Feira do Livro do Porto)

 

Voltando aos livros que comprei, estou, de facto, satisfeita com eles. São livros que já tinha visto e que me tinham despertado o interesse. Consegui a grande maioria com excelentes descontos e, por isso, acabei por conseguir trazer mais livros do que tinha pensado. Jamais pensei conseguir Americanah em português com um preço tão baixo como o que paguei. Vim para casa carregadinha, porém fiquei admirada por ver pessoas com bem mais livros do que eu e a continuarem às compras como se nada fosse (como é que eles aguentam??). Tive uma “agradável” surpresa da parte da Porto Editora, que se esqueceu de desactivar os alarmes dos livros e que, quando estava no lado oposto da Feira, começaram a tocar e fui obrigada pelo segurança a passar cada livro que tinha pelos sensores e a procurar pelos alarmes para os colocar no lixo. Devo dizer que foi uma experiência “fantástica” e a não repetir, sff! Ainda estive para ir à Porto Editora reclama, mas estava cansada e tinha muito que caminhar até lá. E, como enquanto eu estava a ser revista, apareceram mais três pessoas com livros de lá a apitarem, fiquei com a esperança de que algum deles tenha ido reclamar da coisa. Pelo sim, pelo não, hei-de enviar uma reclamação à Porto Editora

 

Resumidamente, diverti-me durante as poucas horas que lá estive, vim de coração cheio e de mente a pensar nos próximos livros que hei-de comprar e determinada a que sempre que eu comprar um livro, irei retirar imediatamente o alarme para evitar surpresas

 

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