Não é não, porra!
Estamos quase no final do ano de 2018. Passou um ano desde o início do movimento #metoo. Nas redes sociais, aumentou a luta contra o assédio sexual e a violação. Estamos quase no final de 2018 e, em Portugal, parece-me que ainda estamos em 2008. As pessoas continuam a não entender que um NÃO significa NÃO. Que a forma como uma pessoa se veste não justifica o assédio, nem a violação. Que o facto de a vítima estar embriagada ou inconsciente não significa que estava a pedi-las. Que, mesmo que tenha inicialmente dito que sim, o agressor não tem o direito de continuar o acto após ouvir não
Meus caros amigos e amigas, se ouvem um não e continuam, estão a violar
E admira-me como é que as pessoas não conseguem compreender isso
Há um ano começou o #metoo, onde vimos dezenas de mulheres a enfrentarem o seu medo e apontarem o dedo aos seus agressores
Agora, vemos que, apesar de tudo, pouco mudou. Dr Ford enfrentou o seu agressor perante o país (e o mundo) e, mesmo assim, viu-o a ser aceite no Supremo Tribunal. Uma mulher diz ter sido violada por um jogador de futebol e tem quase um país inteiro (e mais alguns milhares de pessoas no resto do mundo) a insulta-la por se atrever dizer tal coisa (nem imaginam as barbaridades que ouvi no meu local de trabalho acerca deste assunto). Temos mais um sexista/xenófobo/homofóbico a um passo de ganhar as presidenciais do outro lado do oceano. E temos uma ginecologista/obstetra a dizer que as mulheres que usam "um decote até ao umbigo e uma racha até cá em cima" estão a assediar os homens
Não sei quanto a vocês, mas, para mim, estas últimas semanas têm alimentado, e bem, a minha raiva. Será que é assim tão difícil darem um pouco de paz às mulheres?
Fonte: Radical Buttons