Coura Veg
Finalmente, participei no Congresso Internacional de Vegetarianismo de Paredes de Coura. Ouvi falar dele, em 2016, aquando da sua segunda edição. No ano passado, quase que fui. Mas este ano foi o ano em que arrisquei e me desloquei até Paredes de Coura para passar dois dias a ouvir falar de vegetarianismo e direitos dos animais.
Este ano, as apresentações centraram-se nas evoluções cientificas e estratégias para a diminuição do sofrimento animal.
No sábado, após a abertura, falou-se um pouco sobre como a ciência cria conhecimento e do impacto do tipo de alimentação no envelhecimento e na evolução das doenças neuro-degenerativas. Tive, também, a oportunidade de conhecer a organização ProVeg, cujo objectivo é reduzir o consumo de animais em 50% até 2040. Da parte da tarde, abordou-se o tratamento dos animais em quintas de produção, as incongruências das leis em relação à protecção dos animais e as condições do transporte marítimo de animais vivos (visitem, por favor, a página da PATAV). Após um pequeno intervalo onde fui, a correr, comprar dois livros /tinha de ser), retomou-se ao vegetarianismo e às alternativas de carne (nomeadamente, à carne produzida em laboratório, que me deixou intrigada). Depois do jantar, foi transmitido o filme "Chasing the Thunder", um doc sobre a perseguição a um dos maiores barcos de pesca ilegal. Não assisti ao filme, uma vez que preferi deixar-me ficar na cama a descansar
O segundo dia começou com muitos risos, graças à apresentação da Esther the Wonder Pig. A conversa continuou com a criação de santuários para animais e como devemos aliar com as grandes marcas para a criação de um mundo melhor, em vez de lhes virarmos as costas. Após o intervalo, voltou-se a falar no vegetarianismo e de como a alimentação ocidental nos mata silenciosamente. De tarde, admito que só consegui prestar atenção à apresentação de Tobias Leenaert sobre a sua visão de como criar um mundo vegan (fiquei curiosa e, quando ler o livro, tentarei explicar o que ele quer dizer).
Na generalidade, adorei a experiência. Como o meu bilhete incluía os almoços, tive a oportunidade de experimentar refeições vegan bem diferentes do que eu estou habituada. Gostei da energia positiva que existiu ao longo dos dois dias e da sensação de que somos fortes. Gostei, também, da empatia e do amor que se sentia, principalmente quando se tratou de salvar uma borboleta que entrou pelo refeitório adentro e as pessoas se uniram para a tentar conduzir para o exterior.
Outra das coisas que adorei ver é que os estereótipos em relação aos vegetarianos/vegan estão errados. Havia uma enorme diversidade e a única coisa que poderiam dizer que somos parecidos (fora o regime alimentar) é o gosto por sapatilhas All Stars (vi tantas...! Eu incluída)