Domingo à tarde
A tarde de domingo é sagrada. Entre dormir a sesta, colocar a leitura em dia e definir o que preciso de fazer durante a semana, ainda costuma haver tempo disponível para dar um salto a casa dos meus padrinhos e ver um filme ou fazer uma pequena maratona da série que estou a ver.
Hoje decidi fazer o menos possível. A sesta é indespensável. Uma horinha chegou-me. Li o livro que me ofereceram ontem ("O Culto do Chá" de Wenceslau de Moraes). Escrevi o que tinha a escrever e já defini o que fazer durante a semana. Hoje não há filme nem série que me seja apelativo.
Neste momento, encontro-me na varanda, a apreciar o primeiro céu azul desde o início dos incêndios (apesar de ainda se ver fumo de Arouca no horizonte) e a ouvir Bob Dylan. Não sei como tenho a coragem de me esquecer deste senhor no dia-a-dia. Ando com os ouvidos cheios da mesma música, sempre em redor do rock ou da música eletrónica. Mas, pensando bem, até agradeço o meu esquecimento. Se não fosse ele, neste momento não estaria numa espécie de retiro espiritual. Eu, o Dylan e o sol.