Eu achava que estávamos no séc. XXI...
... Mas, aparentemente, estou enganada. Segundo o jornal russo Novaya Gazeta, as autoridades da Tchetchénia criaram uma campanha anti-gay, o que já levou a detenção de dezenas de homens, suspeitos de serem homossexuais. O porta-voz do líder tchetcheno já veio afirmar que é tudo mentira, dizendo que não existem gays na Tchetchénia : "You cannot detain and persecute people who simply do not exist in the republic". E vai mais longe, dizendo que, caso existam, serão as próprias famílias a tratarem do assunto: "If there were such people in Chechnya, the law-enforcement organs wouldn't need to have anything to do with them because their relatives would send them somewhere from which there is no returning".
As organizações humanitárias russas afirmam estarem a receber informação que apontam para a existência de um campo de concentração, onde os homens são agredidos várias vezes por dia, torturados com choques eléctricos,, e obrigados a sentarem-se em cima de garrafas.
A Tchetchénia é conhecida pelo seu conservantismo, sendo que o seu líder, Ramzen Kadyrov, apoia a poligamia e o uso obrigatório do véu islâmico. No caso dos homossexuais, são muito poucos aqueles que têm coragem de se assumir homossexuais, e as famílias tem a tendência de os deserdar. Também é "tradição" que suspeitos de homossexualidade desapareçam e que ninguém tente descobrir o que se passou.
A última vez que existiu um campo de concentração na Europa foi no tempo de Hitler (que, também, perseguiu os homossexuais, mas esta parte da história tem a tendência de ser escondida, e eu não entendo porquê). Era de se pensar que as coisas evoluíram desde então..
Gostava que houvesse uma resposta política por parte dos restantes países da Europa (pois sei que a Rússia nada irá fazer). E, ao ler os comentários a esta notícia, descobri alguém que pensa como eu: os homofóbicos têm algo a esconder.
autoria de myoldcatships
Fontes: The Guardian e Independent