A Dama das Camélias
Comprei o livro, em segunda mão, num alfarrabista na Rua das Flores, no Porto, há coisa de dois anos. Comprei-o por impulso, admito, pois já há algum tempo nutria um pequeno interesse em ler Alexandre Dumas Filho. Mas só cedi a essa curiosidade em Fevereiro deste ano.
Curiosamente, pouco tempo depois de ter terminado de ler o livro, decorreu, no Porto, a semana das Camélias. A cidade encheu-se de camélias (pelo menos onde trabalho e nas ruas à sua volta). Esta semana permitiu alongar o sabor doce e apaixonante que o livro deixou. Também foi por essa altura que foi divulgada a peça de teatro "A Dama das Camélias", encenada por Celso Cleto, com Sofia Alves, Ruy de Carvalho, Pedro Carvalho, entre outros, em Oeiras. Ainda ponderei deslocar-me até lá para assistir à peça, mas a logística não mo permitiu.
Foi com imensa alegria que recebi a notícia de que se iria realizar uma sessão no Teatro Aveirense em Abril. Imensa mesmo.O tráfego do site da Ticketline deve ter andado ao rubro durante o mês de Março à minha custa. Mas lá consegui os bilhetes e, neste sábado que passou (dia 9 de Abril) lá foi ver a peça.
Tenho a dizer que sempre gostei do teatro, mas não vou muitas vezes por causa dos snobs que por lá andam. Infelizmente, tive um casal deles atrás de mim. Ou seja, passei a peça a ouvir os dois a criticarem a peça e a performance dos actores. Snobs!
Quanto à peça, só tenho uma palavra: formidável! Foi simples, sem grandes mudanças de cenário, mas com as mudanças de iluminação e adereços necessárias. Sofia Alves foi magnífica! Passei os últimos momentos da peça a tentar controlar-me, mas acabei por começar a chorar. Saí do teatro com um nó maior do que tive enquanto lia o livro. Eles alteraram o final, de modo a tornar a estória um pouco mais justa para as duas personagens principais (o que eu adorei). Mas fiquei com muita pena. Pena de não ter a oportunidade de voltar a ver a peça. Se tivesse essa possibilidade, não iria hesitar.
Para quem não conhece a estória, o livro descreve a relação entre a cortesã Marguerite Gautier e o jovem Armand Duval. Esta estória tem um certo quê de autobiográfico, uma vez que Dumas Filho se inspirou na sua relação com a cortesã Marie Duplessis.
Já agora, a ópera La Traviata foi escrita com base neste romance e tem umas músicas extraordinárias (que foram passando ao longo da peça no passado sábado).